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Superficialidade é achar que imagem não importa

O conteúdo desta postagem é uma opinião pessoal e inteiramente de responsabilidade de seu autor, que por ser colunista, não necessariamente reflete a opinião de nosso veículo de imprensa.

 

Perceber a própria imagem como uma prioridade é compreender que ela é uma poderosa ferramenta de comunicação. Nas últimas semanas a imagem foi destaque no cenário político, entre os vídeos na casa dos milhões de visualizações de Nikolas e Érika à posse presidencial nos EUA, o elemento chave de conexão foi a linguagem não verbal que o código visual transmitiu.

Prestar atenção na aparência não nos faz superficiais. Superficialidade é crer que a imagem não é relevante quando o assunto é gerar conexão na esfera política.

A primeira forma de contato é a visual, é na imagem vista que emoções são despertadas e opiniões são construídas. ado o impacto inicial causado pela aparência, é o momento de envolver contando nossa história.

“Se você me mostrar algo posso entender, mas se você me envolver jamais vou me esquecer.” (Provérbio chinês)

A comunicação ganha clareza quando a imagem e o conteúdo estão em sintonia, quando não há disparidades que impeçam a compreensão do que é dito verbalmente. O código visual sempre deve potencializar o alcance da mensagem, nunca atravancá-la.

Pensar a imagem com intencionalidade, atribuindo a ela o valor de vitrine de nós mesmos, nos permite atingir maior potencial expressivo na comunicação de opiniões, pautas, bandeiras, posicionamentos políticos e feitos.

O discurso é intensificado pelo que é visto.

Na política, é essencial que a história envolva e que a imagem permaneça viva, se mantendo na lembrança e sendo reavivada sempre que o nome for mencionado, visto ou ouvido.

A posse de Donald Trump, Presidente dos EUA, corrobora com a expressão popular: “uma imagem vale mais que mil palavras”. A Primeira Dama, Melania Trump, foi destaque graças ao seu código visual que comunicava força, poder, valorização do produto americano (com a escolha de Adam Lippes, reafirmando o discurso de Trump sobre a valorização do produto interno) e, também, certo distanciamento. Isto tudo através da roupa e postura? Sim. Melania exibiu um código visual estruturado e preciso, minimalista, lembrando um uniforme militar com seu corte arquitetônico, que comunicava altivez e força. O distanciamento é sentido com o uso do chapéu que vela seu olhar.

O código visual transmite informações, queiramos ou não, é ele o responsável por trazer a atenção a si. Porém, esta atenção precisa ser intencional e pelos motivos certos. Uma imagem desalinhada também comunica, só que irá comunicar o que não é desejado.


Na política, a imagem precisa, acima de tudo, destacar e potencializar o alcance do discurso, posicionamentos, causas, conexões e, de modo algum, ser a causa de uma comunicação inadequada.

Aline Savi é advogada, consultora de imagem pública, personal stylist, especialista em etiqueta e pós graduada em marketing político e comunicação eleitoral. Nesta coluna semanal fala sobre imagem e comunicação política.

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