No dia especial que seria seu, é o dia que mais se sentem filhas… e querem colo… querem a proteção e amparo, querem aquele olhar que pousava sobre elas como se fossem as cobertas, antes do beijo de boa noite… As mães são filhas eternamente… mesmo quando a alva tonalidade de seus cabelos é exatamente como os de sua mãe… quando finalmente começas a entender que as mães são filhas… e só fingem que sabem tudo, mas só queriam correr pra baixo da cama e esperar a tempestade ar… FELIZ DIA DAS MÃES, MENINAS… e meninos que são mães também, pois o sentimento maternal às vezes vem de quem precisa cuidar de alguém… 5r3c6u

Quando se tem um segundo idioma fluente, em que o verbo auxiliar é finalmente compreendido, muda tudo. “Se tivesse sido”, não têm tradução… tem compreensão.

E nesses estranhos momentos aqui, em que ter tempo e não ter mais tempo, é que temos a compreensão de que não sabemos nada de Chronos… a duração da instilação lenta na veia é de uma urgência extrema… mas não pode ser rápida, pois poderia ser letal, se uma minúscula bolha de ar entrasse também… a urgência não é a pressa…a urgência é a eficiência… faça o que depende de você da maneira mais correta possível… use todos os seus melhores agora… e sobretudo não questione o tempo… observe… é muito bom viver em QUALQUER momento… não só nos bons.

Parte 01 – após 8 dias internada

A cor púrpura… Essa cor sempre se sobressaiu em momentos especiais de minha vida… E na parte mais crítica desta semana, transformou minha pele inteira em hematomas coloridos… ISQUEMIA, dizia o médico… De dentro de uma ambulância o mundo perde formas… meu velho e bom Hospital Regional… equipe médica jovem, rápida, tomando decisões que me deixam digitar a primeira crônica do bônus dessa vida estranha… não tenho palavras para agradecer o atendimento de TODOS do pronto socorro, da sala vermelha, e agora na clínica médica… cada um de vocês estará pra sempre no meu coração…

Parte 02 – 9º dia

… invista em lenços umedecidos e hidratantes… e a necessair organizada e arrumadinha é coisa do capeta… aquela camisola etérea, um pijama sedoso, são elementos de um paralelo que a matriz engoliu e regurgitou dois números em menos, de tanto “guardar”… Pronto… Branca de Neve acordou, e agora o mundo que lute… minha vitória dessa manhã é ter um o venoso novinho, uma mão livre pra me alimentar e escrever… a nossa casa é onde apoiamos nosso chapéu… ou o tubo do oxigênio… fiquem bem meus queridos…

Parte 03 – 10º dia

…Corações desenhados no o novinho, conseguido pela destreza de dedos jovens, sensíveis… que percebem o calibre da veia… sentir-se acarinhados na fragilidade é o ato de amor maior do humano para o outro humano… perceber o nó na garganta do profissional da saúde, que se torna íntimo depois de 9 dias de estadia nesse branco hotel é finalmente entender que o amor É… O amor não precisa ser… às vezes nosso amontoado de células vira uma confusão gigantesca… o quê era uma coisa, esquece de como deveria funcionar… e manda sinais confusos… Até que o caos de viola, púrpura e azul profundo vai acalmando… e um novo normal vai se delineando… Camaleões somos… nos adaptando ao sexy chamado da camisola aberta nas costas…

Todos os castelos têm uma torre… alguns têm uma princesa… esse têm três… que esvoaçantes sobem e descem das escadas da grande sacada, ou balcão… como quiserem…

As pedras de rio cuidadosamente colocadas juntinhas, decoram paredes… querendo demonstrar que às vezes é preciso parar de rolar e ser feliz podendo mostrar toda a sua beleza e força. Cada uma dessas princesas tem a sua peculiaridade… a dos três pontinhos, demonstrando a infinitude de seus pensamentos, que afloram nos seus escritos… a força da guerreira, que se transforma em delicadeza para quem alcançar seu coração… e a princesa da voz mágica, de veludo, que alcança o coração de pessoas do outro lado do mundo.

O rei que ergueu o castelo com a vista para as montanhas, sabia que tornaria seu reinado inesquecível… que seus sonhos e projetos seriam realizados… e ousou.

A rainha era não só beleza, mas apoio, delicadeza, firmeza e bondade… Apoiada na estante ao lado da lareira, está uma proteção de lâmpada vinda de Veneza… vidro delicado, protegido por fino ferro entrelaçado… tudo na casa rosa é delicadeza, protegida por fios indestrutíveis de caráter, fortaleza regida pelo amor…

Uma taça de vinho ao entardecer, irando as montanhas à frente… meu brinde é em honra a essa atmosfera atemporal, que permeia esse castelo… que o amor continue a reger essa família…

PS. Elas não sabem que ei por aqui…

Tem um momento, antes do sol nascer, em que as cores, temperatura e atmosfera é quase igual no mundo todo…

… Caneca de café na mão, um cantinho prá sentar longe das tendas, e entre os dedos, algo pra mastigar… poucos acordados, ainda conectando os sentidos prá ser ativo em pouco tempo… não é zona de guerra, mas é sim… Sem ser…

Um grande caos de milhares de refugiados fugindo dela, mas trazendo dentro de si sinais que nunca se apagarão por completo… os voluntários não nascem assim… em algum momento de suas vidas tiveram de deixar suas casas, famílias, amores… e não endureceram seu coração… se disponibilizaram a ser apoio para outros exilados…

É necessário ter uma visão geral de onde se está… escutar atentamente as orientações… agir localmente, atuar onde foi designado… ter trabalhado em equipe… saber reconhecer o olhar que seu colega tem em momentos críticos…

Mesmo que o idioma seja diferente, as emoções são iguais… universais…