Senta que lá vem história… 1p4v52 Portal Litoral Sul Notícias de Criciúma e Região Sat, 25 May 2024 18:41:20 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.1 /wp-content/s/2022/03/favicon-48x48.png Senta que lá vem história… 1p4v52 Portal Litoral Sul 32 32 A incrível história da mulher barbada 4g6q4f /a-incrivel-historia-da-mulher-barbada/ <![CDATA[Greice dos Santos]]> Sat, 25 May 2024 17:00:51 +0000 <![CDATA[Senta que lá vem história…]]> <![CDATA[#Curiosidade]]> <![CDATA[#História]]> <![CDATA[barba]]> <![CDATA[coluna greice]]> <![CDATA[fato]]> <![CDATA[Greice dos Santos]]> <![CDATA[Mulher barbada]]> <![CDATA[Senta que lá vem história]]> /?p=415975 <![CDATA[
Conhecida por ser uma das mulheres barbadas mais famosas dos séculos 19 e 20, Clémentine Clattaux Delait, nasceu em 5 de março de 1865, em Chaumousey, na França. Clementine possuía uma condição rara chamada hirsutismo, que nada mais é, que o crescimento indesejado de pelos com padrão masculino no rosto, no peito e nas costas […]]]>
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Conhecida por ser uma das mulheres barbadas mais famosas dos séculos 19 e 20, Clémentine Clattaux Delait, nasceu em 5 de março de 1865, em Chaumousey, na França. 1z321

Clementine possuía uma condição rara chamada hirsutismo, que nada mais é, que o crescimento indesejado de pelos com padrão masculino no rosto, no peito e nas costas de uma mulher.

O hirsutismo pode resultar do excesso de hormônios masculinos, chamados andrógenos. Isso pode ocorrer com certas condições médicas. Também pode ser hereditário. Mas desde criança, Clementine já era acostumada a raspar todos os pelos.

Em 1885, Clementine já com seus 20 anos, se apaixonou pelo padeiro da cidade de Thaon-Les-Vosges, comunidade localizada a noroeste da França. Logo se casou e juntos, os dois abriram uma padaria, que ou a se chamar: Café Delait.

No início dos anos 1900, ela e o marido participaram de uma festa de carnaval que acontecia na cidade de Nancy. Na ocasião, Delait ficou impressionada com a apresentação de uma mulher barbada.

Ao voltar a rotina de trabalho, ela contou para alguns clientes sobre seus problemas hormonais que faziam com que ela tivesse que se barbear com certa constantemente desde de criança para se manter sem pelos. Um deles duvidou da história e fez uma aposta; 500 francos se ela deixasse a barba crescer e provasse que, de fato, ela era uma mulher barbada. Apesar de nunca ter sido adepta da moda dos pelos faciais, Clémentine aceitou a aposta.

Mal sabia, mas aquela aposta incomum mudaria sua vida, e imagem, para sempre. A partir daí, a vida dela mudou completamente. A clientela do café explodiu, ela virou uma celebridade na cidade, e conseguiu até mesmo, uma autorização especial da prefeitura para usar calça, isso porque na época, era proibido para as mulheres.

Outro feito, foi o ensaio fotográfico que ela e seu marido começaram a vender lembranças: como cartões postais assinados e as fotografias.  Detalhe é que, no século 19, tirar foto era caríssimo, fazer um book então, nem se fala.

O sucesso foi tanto, que ela resolveu renomear seu estabelecimento para “Café de la Femme Barbe”, ou Café da Mulher Barbada, em tradução livre. A essa altura, pessoas e veículos de imprensa de toda a Europa visitavam regularmente seu café. Delait recebia uma enxurrada de convites implorando por sua participação em exposições ou festivais em outros países. Embora se sentisse lisonjeada pelo reconhecimento, ela sempre negava os convites em virtude da saúde de seu marido estar severamente debilitada.

Com o ar do tempo, ela ou a praticar outros hobbies e atividades de interesse. Durante a Primeira Guerra, por exemplo, ela trabalhou como enfermeira voluntária. Delait também marcava presença em sessões de ciclismo ao ar livre e era uma declarada adoradora de cães.

Infelizmente, a mesma condição médica que a possibilitou esbanjar uma barba suntuosa, também a impediu de engravidar. Com isso, após 30 anos de casamento, ela e seu marido decidem adotar uma menina de 5 anos que perdeu seus pais devido à gripe espanhola.

Quando seu marido faleceu, em 1928, ela finalmente aceitou convites para viajar para o exterior. Clémentine a os anos restantes de sua vida desfrutando de muita tranquilidade e lazer.

Clémentine Clattaux Delait faleceu aos 74 anos, em 1939. Em sua lápide estava escrito “aqui reside Clementine Delait, a dama barbada”.

Apesar da fama, o legado de Delait só foi redescoberto quando um colecionador comprou suas memórias particulares em uma venda de garagem em 2005. O caderno de recordações de Clémentine, que possuía 50 páginas, estava cheio de fotos fascinantes, pedaços de jornais com matérias sobre ela, e detalhes de sua vida e de como sua popularidade cresceu pela região.

“O sucesso foi imediato… todos eles eram loucos por mim”, dizia um trecho escrito a punho no seu caderno de recordações.

Espero que você tenha gostado de conhecer essa história fascinante de Clémentine Delait. Agradeço imensamente pela leitura até aqui, e semana que vem tem mais! Compartilhe-a em suas redes sociais, e me siga nas redes sociais:

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Você sabia que Napoleão inventou a margarina? 4b6s3d /napoleao-foi-quem-inventou-a-margarina-voce-sabia/ <![CDATA[Greice dos Santos]]> Sat, 11 May 2024 19:00:24 +0000 <![CDATA[Senta que lá vem história…]]> <![CDATA[#Curiosidade]]> <![CDATA[#França]]> <![CDATA[#História]]> <![CDATA[coluna greice dos santos]]> <![CDATA[concurso]]> <![CDATA[destaque-primeira-pagina]]> <![CDATA[Luiz Napoleão]]> <![CDATA[manteiga]]> <![CDATA[margarina]]> <![CDATA[Napoleão]]> <![CDATA[Napoleão Bonaparte]]> <![CDATA[Napoleão III]]> <![CDATA[Senta que lá vem história]]> /?p=413982 <![CDATA[
Você já parou para imaginar como que um produto tão comum como a margarina foi inventado? Além de sua genialidade como estrategista, o francês Napoleão Bonaparte III deixou algumas heranças inusitadas para a humanidade. Um delas foi a margarina, você sabia? A história da invenção desse alimento teve várias etapas, mas um dos pontos que […]]]>
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Você já parou para imaginar como que um produto tão comum como a margarina foi inventado? Além de sua genialidade como estrategista, o francês Napoleão Bonaparte III deixou algumas heranças inusitadas para a humanidade. Um delas foi a margarina, você sabia?

A história da invenção desse alimento teve várias etapas, mas um dos pontos que chamam a atenção é que até Napoleão Bonaparte tem a ver com ela. Bem, mais precisamente o seu sobrinho, o imperador da França, Napoleão III (também conhecido como Luís Napoleão).

Em 1869, a França estava afogada em uma complicada crise econômica e carente de vários gêneros alimentícios. A manteiga, que é um produto preferido na mesa de um francês, tornou-se tão escassa que o imperador Napoleão resolveu driblar a economia e desafiar os cientistas a encontrar um substituto para ela. 

O concurso instituído no dia 15 de julho de 1869 por Napoleão III (1808-1873), após um desafio proposto pelo imperador, que queria produzir um produto semelhante à manteiga e que fosse apropriado não só as pessoas pobres em seu império, mas também as suas forças armadas, para que pudessem usar um substituto ível para manteiga. Como incentivo, ele ofereceu uma recompensa para quem criasse uma opção barata para substituí-la. 

O vencedor foi o químico Hipollyte Mergé-Mouriès com uma mistura à base de sebo de boi, sal, sulfato de sódio, suco gástrico de porco e um pouco de úbere de vaca e leite, ganhando um tom perolizado – daí o nome, que vem do grego margaron, que significa “brancura de pérola” – sendo tudo aquecido e misturado para dar a aparência de manteiga. Hipollyte Mergé-Mouriès patenteou uma substância chamada oleomargarina, que mais tarde ficou conhecida como margarina.

Finalmente Hipollyte, não só conseguiu criar um produto mais barato que a manteiga, como demora mais para derreter, o que torna a margarina muito mais prática para levar para guerra. O Napoleão adorou isso! Pois ele pode não ter criado, mas com toda certeza ele que teve a ideia, não é mesmo?

Mas apesar de ganhar o prêmio, o produto de Mège-Mouriès nunca decolou realmente entre os consumidores da época, e o químico vendeu a patente a um empresário holandês chamado Antonius Johannes Jurgens (que foi um dos fundadores da Unilever) em 1871. 

Logo depois, neste mesmo ano, apareceu a primeira fábrica do novo produto, na Holanda. Não demorou para que toda a Europa asse a usar a margarina no dia-a-dia, mesmo com a manteiga de novo abundante. 

A empresa de Jurgens melhorou as técnicas de Mège-Mouriès e criou um mercado internacional para margarina, construindo fábricas na Alemanha, Noruega, Áustria, Suécia, Dinamarca, Noruega e Inglaterra.

A popularização do produto ocorreu apenas dois anos depois, com a venda da patente para uma fábrica na Holanda. De lá para cá, o processo de fabricação da margarina recebeu tantas transformações, que até hoje ela vive numa “guerra” contra a sua fonte de inspiração.

Atualmente, a margarina é fabricada com gordura vegetal em vez da animal e ganhou popularidade no mundo inteiro. Contudo, ainda assim, os ses preferem a manteiga. E você o que prefere, a manteiga ou a margarina?

E aí, o que achou? Você sabia que Napoleão III foi o responsável pela criação da margarina?

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Você já deve ter ouvido alguém chamar uma garota que gosta da cor rosa, muito vaidosa, de patricinha? É inegável a existência desse termo que tanto se popularizou nas décadas de 80 e 90. Mas porque, e de onde surgiu essa expressão? Saiba que isso tem uma origem histórica. A existência da palavra “patricinha”, está […]]]>
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Você já deve ter ouvido alguém chamar uma garota que gosta da cor rosa, muito vaidosa, de patricinha? É inegável a existência desse termo que tanto se popularizou nas décadas de 80 e 90. Mas porque, e de onde surgiu essa expressão? Saiba que isso tem uma origem histórica.

A existência da palavra “patricinha”, está presente há algumas décadas no vocabulário brasileiro, tem registro nos dicionários e tudo. No tradicional Caldas Aulete da Língua Portuguesa, o termo “patricinha” vem assim: No Brasil, popularmente, adolescente ou jovem do sexo feminino pertencente à classe alta, que tende a só usar roupas e órios de grife e frequentar lugares da moda. Antônimo: mauricinho. 

Quando você chama alguém de patricinha, você está fazendo uma alusão ao Império Romano. Isso porque há quase 3 mil anos atrás, os patricios eram a nobreza da sociedade romana. 

Patricinha, que é diminutivo de Patrícia, feminino de Patrício, e radicado no latim “patriciu”, era o termo que entre os romanos designava os membros da alta classe social, um título da antiga nobreza, dos primeiros fundadores da cidade, que escolhiam-se os mais nobres e virtuosos, e que viriam a se tornar os primeiros senadores nomeados por Rômulo, denominados “patres”, pais, em sentido genealógico, jurídico e político. Eles eram a aristocracia local, parte da elite Romana na Antiguidade, que podia fazer parte do Senado, tinham os melhores cargos políticos, assim como no exército, uma grandiosa importância religiosa e, é claro, muito, mas muito dinheiro. Era o pessoal da raiçossaite. 

Os romanos levavam a aparência muito a sério, tinham até mesmo cores e tipos de roupa que apenas os patricios podiam utilizar e, é óbvio que as mulheres patricias andavam sempre bem arrumadas. 

No Brasil, o termo ou a designar moça burguesa, sempre bem-vestida, com roupas de estilo clássico ou muito caras.

E aquele garoto todo engomadinho, que é chamado mauricinho? Como todo mauricinho que se preze, sabe que calça cápri masculina, assim como o bermudão xadrez, está totalmente fora de moda. Ah, já deu o que tinha que dar! É tão demodê quanto meias soquetes aparentes.

Mauricinho é o diminutivo de Maurício, um nome que, segundo o IBGE, teve seu auge dentre os brasileiros nascidos na década de 80. Maurício vem do latim Mauritius, derivado de ‘Maurus’, que significa “de pele escura” ou “mouro”, o que não tem ligação com ‘mauricinho’. Para sabermos a origem do termo, não precisamos ir tão longe. Mauricinho apareceu na década de 90, meio que substituindo o que chamávamos de ‘almofadinha’ ou ‘janota’, o rapaz empetecado que se veste com apuro e frequenta lugares da moda. 

O vocábulo ‘mauricinho’ nasceu exatamente em 1991, mas o Maurício que inspirou o termo é de 1962. No caso, é o jornalista carioca Mauricio Lima. Durante seu curso de Jornalismo na UFRJ, diferentemente de seus colegas largadões, Maurício era todo certinho e arrumado, só usava roupas de marca e mochila da Company. Eis que um de seus colegas de faculdade era ninguém menos que o nosso saudoso humorista Bussunda, que naquela época escrevia a revista ‘Casseta Popular’ (revista humorística que deu origem ao programa ‘Casseta & Planeta). Bussunda usou o amigo como parâmetro e ou a escrever “fulano de tal é um mauricinho”. O nome pegou, entrou na moda.

O termo patricinha, assim como mauricinho, também se popularizou muito durante os anos 90, tanto que o filme ‘Clueless’ (sucesso de 1995, com Alicia Silverstone no papel principal), que poderia ter seu título traduzido como ‘Sem noção’, recebeu no Brasil o nome de ‘As patricinhas de Beverly Hills’.

E olha como a língua é uma das manifestações culturais que fundamentam a identidade de um povo; nomes no diminutivo, como no caso citado, têm o poder de gerar certo deboche, desprezo. É preciso tomar bastante cuidado na seleção vocabular, pois o inofensivo pode destruir um texto, trazendo à tona determinado preconceito. Mas e aí, o que achou? Gostou de conhecer essa curiosidade sobre o termo patricinha e mauricinho? Compartilhe-a em suas redes sociais. 

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Essa curiosidade deve-se a celebração da Semana do Sono, que acontece no mesmo período do World Sleep Day (Dia Mundial do Sono), que este ano aconteceu nesta sexta-feira, dia 15 de março. O Dia Mundial do Sono, é uma iniciativa global dedicada a conscientizar e destacar a importância do sono saudável. Celebrado anualmente, este evento […]]]>
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Essa curiosidade deve-se a celebração da Semana do Sono, que acontece no mesmo período do World Sleep Day (Dia Mundial do Sono), que este ano aconteceu nesta sexta-feira, dia 15 de março. O Dia Mundial do Sono, é uma iniciativa global dedicada a conscientizar e destacar a importância do sono saudável. Celebrado anualmente, este evento busca sensibilizar a sociedade sobre questões relacionadas ao sono e seus impactos na saúde física e mental.

Muitas pessoas gostam de tirar uma soneca no meio do dia, porém a maioria de nós costuma dormir tudo que precisa de uma vez só, com várias horas de sono à noite. Mas você sabia que esse hábito é relativamente recente? Durante centenas de anos, muito antes de começar a era industrial, diversas comunidades e sociedades do planeta utilizavam uma metodologia de descanso um tanto surpreendente e esquecida atualmente. Até o século 19, o mais comum era dormir duas vezes. 

O hábito dos “dois sonos”, popular especialmente durante a Idade Média, também era chamado de “sono duplo” ou “sono bifásico”, e foi presente na humanidade por milênios até ser abandonado durante a Revolução Industrial. Isso quer dizer que as pessoas dividiam a noite em dois turnos para dormir e realizar atividades, isso mesmo, o sono era em etapas.

Fonte: Getty Images

Esse curioso processo só foi compreendido no início dos anos 1990, quando o historiador Roger Ekirch resgatou documentos históricos para escrever um livro sobre os hábitos noturnos ao longo dos séculos. Ele descobriu que registros de processos judiciais e investigações eram ótimas fontes sobre os costumes de cada época, por conta dos depoimentos. Lá, Ekirch encontrou um relato que lhe deixou com “a pulga atrás da orelha”.

O depoimento de uma menina de 9 anos conta que ela e sua mãe haviam acordado do primeiro sono da noite, quando alguns homens bateram à porta e ela saiu com eles — para nunca mais voltar. Duas palavras que nunca havia visto antes, mas que pareciam retratar um detalhe particularmente intrigante da vida no século 17. O termo “primeiro sono” aparecia sem destaque, como se fosse normal na época. Intrigado, Ekirch aprofundou suas pesquisas e descobriu referências ao “primeiro sono” e ao “segundo sono” em cartas, diários, artigos de jornal, romances e vários outros escritos, desde a Antiguidade até a Idade Moderna. O sono bifásico era um fato histórico.

 

Fonte: Getty Images

“Eram cerca de 11 horas da noite de 13 de abril de 1699, em uma pequena aldeia no norte da Inglaterra. Jane Rowth, com nove anos de idade, piscava os olhos, observando as sombras da noite escura. Ela e sua mãe haviam acabado de acordar do primeiro sono. A mãe de Jane levantou-se e andou até a lareira daquela casa simples, onde começou a fumar seu cachimbo. Foi quando dois homens surgiram na janela. Eles chamaram a Sra. Rowth para se aprontar e ir com eles.

Como Jane explicou mais tarde para um tribunal, sua mãe claramente estava esperando os visitantes. Ela foi com eles sem resistir — mas antes sussurrou para sua filha: “fique deitada e estarei de volta pela manhã”. Talvez a Sra. Rowth tivesse alguma tarefa noturna a cumprir. Ou talvez ela estivesse em dificuldades e sabia que encontraria perigos ao sair de casa.

De qualquer forma, a mãe de Jane não conseguiu cumprir sua promessa e nunca mais voltou para casa. Naquela noite, a Sra. Rowth foi brutalmente assassinada e seu corpo foi encontrado dias depois. O crime nunca foi esclarecido.”

A existência de um primeiro sono indica que havia também um segundo sono — uma noite dividida em duas metades. Era apenas um hábito familiar ou haveria algo mais, além disso? Como isso funcionava? Por que as pessoas dormiam em dois turnos? E como algo que um dia foi tão comum acabou sendo completamente esquecido?

Dormir em conjunto significava que as pessoas normalmente tinham alguém com quem falar quando acordavam para a “vigília”. Fonte: Getty Images

No primeiro sono, período chamado de “o relógio”, começava depois que anoitecia, ali pelas 21 horas, depois de 2 ou 3 horas descansando, as pessoas acordavam. Esse despertar geralmente não era causado por ruídos, nem por outras perturbações à noite. Também não havia alarme para despertar — os despertadores foram inventados apenas em 1787, por um norte-americano que, ironicamente, precisava acordar no horário para vender relógios. As pessoas acordavam de forma totalmente natural, da mesma forma que faziam pela manhã. 

Uma vez despertos, o período chamado de “vigília”, em que elas ficavam acordadas era também entre 2 e 3 horas, tempo este para realizar atividades úteis, como adicionar lenha ao fogo, resolver tarefas domésticas, tomar medicamentos e até realizar trabalhos rurais ou apenas para conversar com as pessoas da família. Além disso, os filósofos utilizavam estes intervalos de descanso para refletir sobre a vida e novas ideias. Os religiosos se dedicavam a praticar suas orações, e muitos casais o utilizavam para sociabilizar.

Um detalhe importante, é que poucas pessoas se deitavam em um quarto, com uma cama e um colchão, como fazemos hoje. As pessoas, literalmente, dormiam onde podiam. Apenas os ricos tinham colchões recheados de penas de ganso. Quem tinha alguma condição, mas não era da elite, virava-se com uma espécie de colchão de palha ou retalhos de tecido. Enquanto isso, nas camadas inferiores da sociedade, as pessoas precisavam acomodar-se sobre plantas espalhadas no solo ou, pior, no chão de terra batida — talvez até sem cobertor.

Fonte: Getty Images

Naquela época, muitas pessoas dormiam juntas, frequentemente acompanhadas de uma acolhedora variedade de percevejos, pulgas, piolhos, familiares, amigos, servos e — se estivessem viajando — também completos estranhos. Para minimizar constrangimentos, o sono envolvia uma série de convenções sociais rígidas, como evitar contato físico ou muitos movimentos durante a noite. E havia posições definidas para dormir. As meninas mais jovens, por exemplo, normalmente deitavam-se em um lado da cama, com as mais velhas mais perto da parede, seguidas pela mãe e pelo pai, depois os filhos meninos — também dispostos por idade — e os que não eram membros da família depois deles. Durante essas estranhas horas de penumbra, as pessoas que dividiam a cama conseguiam compartilhar um nível de informalidade e conversas casuais dificilmente atingido durante o dia. 

Depois que as pessoas ficavam acordadas por duas horas, normalmente elas voltavam para a cama. Esse segundo período era considerado o sono “da manhã” e poderia durar até amanhecer ou mais. Depois de um longo dia de trabalho manual, o primeiro sono eliminava sua exaustão e o período seguinte era considerado um excelente momento para conceber sua enorme quantidade de filhos.

O sono bifásico não era exclusivo da Inglaterra, ele era amplamente praticado em todo o mundo pré-industrial. Na França, o sono inicial era chamado de “premier somme”, enquanto, na Itália, era o “primo sonno”. Evidências do hábito apontam até em locais distantes como a África, sul e sudeste asiático, Austrália, Oriente Médio — e no Brasil. Um registro colonial do Rio de Janeiro, datado de 1555, descreve que o povo tupinambá costumava comer depois do seu primeiro sono. 

O registro mais antigo encontrado no épico grego A Odisseia, data o costume já no século 8 antes de Cristo, enquanto as indicações mais recentes dessa prática datam do início do século 20, quando, de alguma forma, ela caiu no esquecimento. Essa adaptação de descanso não é estranha, já que muitos animais possuem padrões de sono muito semelhantes aos humanos pré-industriais. A prática de dormir em duas metades desapareceu no início do século 19. 

Como muitos romanos, o historiador Lívio praticava o sono bifásico. Ele menciona o método na sua obra-prima, “A história de Roma”. Fonte: Alamy

Como os “dois sonos” foram esquecidos?

Começamos rapidamente a ridicularizar as pessoas que dormem demais e desenvolvemos preocupação com a relação entre acordar cedo e a produtividade. Um efeito colateral importante da mudança dos hábitos de sono de grande parte da humanidade foi a mudança de comportamento. Tudo mudou durante a Revolução Industrial, que colocou as pessoas para trabalhar por mais horas por dia, além de nos dar uma iluminação artificial mais eficiente, prevalente e poderosa, permitindo que as pessoas ficassem acordadas por mais tempo. 

Mas essa poluição luminosa também alterou nosso ritmo circadiano, o que demonstra que seu sono foi alterado em nível biológico. Os novos hábitos adotados pelas sociedades, somados à ansiedade, estresse e horários de trabalho, mudaram para sempre a forma como dormimos. Além disso, com a dependência do relógio, era preciso acordar na mesma hora no dia seguinte. A consequência é que nosso sono ficou mais concentrado e profundo — “um sono só”, como é atualmente. Esse processo de abandono do sono bifásico se estendeu pelo século 19 até que, no século 20, ninguém mais se lembrou de que o costume já tinha sido diferente.

O sono bifásico ainda é presente em certas comunidades que não têm luz elétrica e mantêm esses padrões de séculos atrás. Isso quer dizer que o sono bifásico é o natural e deveríamos voltar para ele? Não necessariamente, agora nós temos mais estrutura para uma noite de sono calma e longa. O que importa, de verdade, é acordar descansado(a).

E aí, o que achou? Gostou de conhecer essa curiosidade peculiar sobre o sono duplo de nossos anteados? Compartilhe em suas redes sociais. Agradeço imensamente pela leitura até aqui, e semana que vem tem mais! Siga-me nas redes sociais: 

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A principal premiação de Hollywood e uma das de maior prestígio no cinema está chegando. O evento é promovido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas desde 1929 e está em sua 96ª edição. A premiação elege os melhores trabalhos da indústria cinematográfica no ano anterior ao da cerimônia.  E para entrar no clima do […]]]>
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A principal premiação de Hollywood e uma das de maior prestígio no cinema está chegando. O evento é promovido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas desde 1929 e está em sua 96ª edição. A premiação elege os melhores trabalhos da indústria cinematográfica no ano anterior ao da cerimônia. 

E para entrar no clima do Oscar 2024, na coluna de hoje você vai conhecer fatos curiosos que talvez você não saiba sobre essa premiação tão esperada. Não é segredo que a estatueta do Oscar, famosa premiação que celebra as principais produções e artistas do cinema, é um dos objetos mais cobiçados do mundo do entretenimento. Mas, afinal, o que a estatueta retrata? Por quem foi criada? Quanto custa? Qual a origem do nome?

A primeira cerimônia do Oscar foi realizada no Hollywood Roosevelt Hotel

Em 1927, o chefe dos estúdios da MGM [Metro-Goldwyn-Mayer], Louis B. Mayer e alguns convidados durante um jantar, discutiram a criação de um grupo para beneficiar a indústria cinematográfica. Nasceu então a International Academy of Motion Picture Arts and Sciences (Academia Internacional de Artes e Ciências Cinematográficas), com o ator Douglas Fairbanks como seu primeiro presidente. Até 2013, a cerimônia do Oscar era chamada de “The Acadamy Awards”.

Concordando em instituir um prêmio anual, só em 1929 acontece a primeira premiação, com o objetivo de promover filmes, artistas e estúdios. A cerimônia foi em forma de um banquete, que ocorreu no dia 16 maio no Hollywood Roosevelt Hotel, e contou com 270 pessoas com duração de apenas 15 minutos. Os ingressos custaram cinco dólares e as estatuetas foram entregues pelo então presidente da Academia, Douglas Fairbanks, que foi o primeiro anfitrião. Nessa primeira edição, os ganhadores foram anunciados três meses antes! No ano seguinte a Academia manteve os resultados em segredo, mas deu uma lista antecipada aos jornais para publicação às 23 horas. Esse procedimento continuou até 1940, quando o Los Angeles Times quebrou o acordo e publicou a lista de vencedores pouco antes da cerimônia começar. Isso fez com que eles assem a utilizar o sistema de envelope selado – usado até hoje.

Em 1938, o Oscar foi adiado por causa de uma inundação em Los Angeles. Já em 1968, novamente a edição foi adiada, dessa vez pelo assassinato de Martin Luther King e em 1981 pelo atentado ao presidente Ronald Reagan. O mesmo aconteceu em 2021 por causa da pandemia do coronavírus. 

Foto: Getty Images – Colagem/Rafaela Paiva / Hollywood Forever TV

A estatueta do Oscar de 33 centímetros, pesa cerca de quatro quilos, e não sofreu mudanças desde sua criação em 1929, pelo diretor de arte Cedric Gibbons e pelo escultor George Stanley. Ela tem a forma de um cavaleiro das cruzadas sobre um pedestal no formato de um rolo de filme, com uma espada de cruzado atravessada verticalmente ao peito. Existem 5 raios saindo do rolo, eles representam as cinco categorias originais da Academia: diretores, atores, produtores, técnicos e roteiristas.

E sabe por que a belíssima estatueta é chamada de Oscar? Várias teorias tentam explicar a origem do nome do prêmio. 

Reza a lenda, que após ver uma das primeiras versões do troféu pela primeira vez, a secretária-executiva da Academia, Margareth Herrick, brincou dizendo que a estatueta era parecida com seu tio Oscar. Essa é a versão mais popular e conhecida sobre a origem do nome. Outra versão dá conta que a atriz Bette Davis o teria apelidado assim, devido à semelhança com seu primeiro marido. Mas alguns dizem que o cavaleiro de espadachim foi inspirado no diretor e ator mexicano Emilio Fernández. Fernández supostamente aceitou posar nu para o designer de estatuetas Cedric Gibbons, pois, acreditava-se que a academia não possuia nenhum modelo de estatueta até então. Desde 1934 a estatueta, é chamada de Oscar, mas seu nome oficial é Prêmio de Mérito da Academia. 

Emilio ‘El Indio’ Fernández | Teria inspirado a estatueta do Oscar.

Apesar de ser sinônimo de luxo, e para a surpresa de muitos, a tão desejada estatueta, não é feita de ouro, mas sim fundida em bronze e banhada a ouro. Cada uma custa US$ 900 para ser fabricada, o equivalente a R$ 4.450 na cotação atual. Maaaas, não é permitido vender, pois de acordo com um regulamento da Academia, os vencedores não devem vender, descartar ou permitir que a estatueta seja vendida sem que antes ela seja oferecida para venda à Academia por US$ 1. As sólidas estátuas de bronze são feitas na fundição New York Foundry Polich Tallix e polidas até chegarem num acabamento brilhante antes de receber seu revestimento de ouro de 24 quilates da Epner Technology, do Brooklyn. Para se ter noção, produzir 50 estatuetas leva cerca de três meses. 

Em 1930, a expectativa para a premiação era tanta que uma estação de rádio de Los Angeles fez uma transmissão ao vivo. Essa foi a primeira vez que o público em geral teve contato com o glamour de uma das maiores festas do cinema. Durante a Segunda Guerra Mundial, a estatueta foi confeccionada em gesso e pintada com tinta dourada. Isso porque, os EUA procurava racionar todos os tipos de metais para produzir armamentos. Após o conflito, os vencedores tiveram seus prêmios trocados pela estatueta original. O Oscar ou pela primeira vez na TV nos EUA e Canadá em 1953, e em 1966 foi a vez da primeira transmissão em cores, e só em 1969 que o Oscar se tornou internacional, sendo exibido em 200 países. No Brasil a primeira transmissão ocorreu um ano depois, 1970 pela TV Tupi, sendo que nosso país e o México foram os primeiros países, além dos Estados Unidos e do Canadá, a televisionarem ao vivo, via satélite. Atualmente ela é televisionada ao vivo para mais de 225 países ao redor do mundo!

Foto de Carlo Allegri/Getty Images

A votação das nomeações é realizada usando cédulas de papel e/ou on-line. Essa votação para nomeações começa no final de dezembro, e todos os votos são computados pela empresa PricewaterhouseCoopers. Os resultados da nomeação são então anunciados em uma conferência de imprensa ao vivo em meados de janeiro. Logo após, começa o processo de votação para os vencedores. A maioria das categorias é nomeada pelos membros do ramo correspondente: atores nomeando atores, editores de filmes nomeando editores, etc. No entanto, algumas categorias, como Filme em Língua Estrangeira e Animação têm regras especiais para votação. Todos os membros com direito a voto da Academia são elegíveis para selecionar os nomeados para Melhor Filme.

Para garantir o sigilo das escolhas da academia antes que os apresentadores as tirem do envelope, o Oscar entregue no palco permanece totalmente sem nome. Uma placa de identificação é pré-gravada para cada candidato e é apenas no Baile (Governors Ball), a badalada festa que acontece após a cerimônia, que os vencedores podem anexá-los à sua estátua. Como ninguém sabe quem vai ganhar, não se sabe exatamente quantas estatuetas serão necessárias na noite do Oscar. Na categoria de Melhor Filme, por exemplo, cada produtor ganha um e o número de produtores pode variar de filme para filme. Estatuetas excedentes são produzidas a cada ano para garantir que nunca falte. As que não são usados estão trancadas no cofre da academia para a cerimônia do ano seguinte.

Hoje existem mais de 15 categorias na premiação, mas o Oscar já teve ainda mais categorias, algumas deixaram de existir ao longo dos anos, como: Melhor Diretor Assistente, Coreografia, Engenharia de Efeitos, História Original, Trilha Sonora Adaptada, Edição de Som, entre outras. Desde 1972, consecutivamente todas as cerimônias do Oscar têm terminado com a atribuição do Oscar de Melhor Filme.

O mestre Walt Disney recebendo as estatuetas da jovem talentosa, Shirley Temple.

O maior ganhador da premiação é Walt Disney, criador do Mickey Mouse. Ele acumulou 56 indicações e 26 prêmios, e também conseguiu o feito de ser indicado ao prêmio por 22 anos consecutivos. Em 1937, ele recebeu o premio honorário por “Branca de Neve e os Sete Anões”, em reconhecimento por sua inovação significativa, para o novo campo dos desenhos animados. A estatueta de tamanho normal era acompanhada por sete miniaturas.

O prêmio de Oscar Honorário é concedido para quem contribuiu de formas excepcionais para o cinema, como o conjunto da obra de diretores e artistas, mas pode ser dado a uma organização. Há também a possibilidade de ser conquistado por serviços excepcionais prestados para a Academia, sendo que a última vez que isso aconteceu foi em 1979, quando uma estatueta do Oscar foi entregue a Hal Elias, que tinha servido mais de 25 anos no Conselho de Governadores da Academia. O prêmio é dado a critério do Conselho de Governadores e não é necessariamente concedido todos os anos. Além de acontecer separadamente da cerimônia principal.

E claro que já teve situações embaraçosas. No ano seguinte, em 1974, um homem completamente nu surgiu inesperadamente no palco enquanto David Niven preparava-se para anunciar Elizabeth Taylor. O ator não perdeu a fleuma e ainda ironizou as partes íntimas do streaker.

Algumas surpresas sempre acontecem durante a premiação, e claro, os momentos constrangedores como o soco que Will Smith deu em Kevin Hard após uma piada contra a sua esposa, Jada Pinkett Smith.

Tom Hanks deu um grande fora em seu discurso de agradecimento por melhor ator em Filadélfia, em 1993, quando interpretou um advogado homossexual. Agradeceu a inspiração que teve em um professor do Ensino Médio, porém, o sujeito não era assumido. A piada renderia o roteiro de Será Que Ele É?, com Kevin Kline em 1998. Já em 2017, a cerimônia terminou de forma um tanto quanto desastrosa. Uma involuntária troca de envelopes fez com que Warren Beatty e Fay Dunaway anunciassem La La Land como melhor filme. Segundos depois, chegou o envelope correto, que apontava o verdadeiro vencedor: Moonlight. 

Acredite, este prêmio apesar de ser desejado, tem quem já negou o Oscar. Até hoje, três pessoas negaram o recebimento de um Oscar, são eles: Dudley Nichols (Melhor Roteiro por “O Delator”, de 1935), George C. Scott (Melhor Ator por “Patton – Rebelde ou Herói?”, de 1970) e Marlon Brando (Melhor Ator, por “O Poderoso Chefão”, de 1972). Brando, recusou em protesto contra o tratamento dado aos índios norte-americanos.

E aí, o que achou? Gostou de conhecer essas curiosidades sobre história da prestigiada premiação hollywoodiana? Compartilhe-a em suas redes sociais. Agradeço imensamente pela leitura até aqui, e semana que vem tem mais! Siga-me nas redes sociais: 

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Teste de gravidez com sapo? Saiba como eram os primeiros testes de gravidez 2pj30 /teste-de-gravidez-com-sapo-saiba-como-eram-os-primeiros-testes-de-gravidez/ <![CDATA[Greice dos Santos]]> Sun, 25 Feb 2024 19:30:53 +0000 <![CDATA[Senta que lá vem história…]]> <![CDATA[#curiosidades]]> <![CDATA[#História]]> <![CDATA[cevada]]> <![CDATA[Coelhos]]> <![CDATA[destaque-primeira-pagina]]> <![CDATA[medicina]]> <![CDATA[ratos]]> <![CDATA[sapos]]> <![CDATA[Senta que lá vem história]]> <![CDATA[teste de gravidez]]> /?p=403912 <![CDATA[
Até a década de 1960 os exames que conhecemos hoje ainda não eram comercializados, antes de surgirem os exames modernos a partir dos anos 1970, a medicina recorria a métodos nada ortodoxos para detectar uma gestação. E o mais curioso é que alguns, apesar de não serem convenientes, tinham uma boa eficácia. Hoje, saber se […]]]>
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Até a década de 1960 os exames que conhecemos hoje ainda não eram comercializados, antes de surgirem os exames modernos a partir dos anos 1970, a medicina recorria a métodos nada ortodoxos para detectar uma gestação. E o mais curioso é que alguns, apesar de não serem convenientes, tinham uma boa eficácia. Hoje, saber se você está grávida costuma ser simples: você faz xixi em um bastão e espera que as linhas apareçam. Mas as coisas eram muito diferentes no ado. Os sinais óbvios de falta de menstruação ou desejo por comida podia significar gravidez. Mas, até a gestação estar muito mais avançada, não havia como saber que não eram sintomas causados por doença ou menopausa. 

Mas o que o sapo tem a ver com essa história de teste de gravidez? Por mais que esse procedimento pareça charlatanismo, a verdade é que ele foi o principal método disponível para descobrir uma gravidez durante muitas décadas do século 20, com uma taxa de eficácia suficientemente boa.

E olha que esse não é o único exemplo nada convencional de técnicas para determinar o desenvolvimento de um bebê no útero materno. Ao longo da história, há vários episódios em que outros animais e até grãos de trigo e cevada foram utilizados com esse objetivo. Curiosamente, muitos deles funcionavam razoavelmente.

Mas para entender essa história desde o início, é preciso viajar 3 mil anos no tempo. Hoje vamos conhecer os métodos bizarros usados para descobrir uma gestação.

Muitos métodos caseiros e imprecisos foram utilizados ao longo dos séculos para confirmar ou não uma suspeita de gravidez. A maioria desses procedimentos, porém, sempre teve uma prática em comum: o uso da urina para obter a resposta que mudaria para sempre a vida de uma mulher. A urina é a chave para obter uma resposta segura. Mas, embora possa parecer um método moderno, não é o caso. De fato, três antigos papiros egípcios mostram que a urina já era usada há 4.500 anos.

De sapos a água de rosas: uma breve história dos testes de gravidez — Foto: cottonbro studio/Pexels

Desde a Grécia antiga, acreditava-se que as mulheres saberiam se estavam grávidas porque sentiam o útero fechar após o sexo — o que obviamente é impossível. Até porque, numa fase tão inicial, nem a fertilização nem a implantação [do embrião] ocorreram. Mas isso não impediu as pessoas de tentarem descobrir com certeza.

No século 4 a.C., sugeriam que a mulher bebessem um gole de hidromel na hora de dormir. Essa era uma mistura de vinho, água e mel que causava dor e estrondo se a mulher tivesse concebido. No século 13 diziam que se os seios de uma menina apontassem para baixo, isso significava que ela estava grávida. Acreditava-se que isso acontecia porque “no momento da impregnação, o sangue da menstruação sobe para os seios”.

Mas um dos primeiros registros escritos de um teste de gravidez à base de urina foi encontrado no Egito antigo. Na época, a mulher deveria fazer xixi em sacos de trigo e cevada. Se a cevada germinasse, a mulher teria um menino. Se fosse o trigo, seria uma menina. Se não germinassem, ela não estava grávida. Quando os cientistas testaram a teoria em 1963, descobriram que em 70% das vezes a urina das grávidas promovia o crescimento das plantas. A hipótese é que o sucesso estaria ligado à quantidade elevada do hormônio estrogênio na urina da mulher. Era comum também os egípcios observarem a coloração da urina, procurando mudanças em seu visual.

Em várias receitas médicas do período medieval em diante, dizia-se que uma agulha colocada na urina de uma mulher ficava vermelha ou preta se ela estivesse grávida. No século 16, “agulha” foi mal interpretada como “urtiga”, levando à sugestão de que uma mulher deveria deixar uma urtiga em um pouco de sua urina durante a noite e, se ela apresentasse manchas vermelhas pela manhã, estaria grávida.Esses testes podiam ser feitos sob a supervisão de um médico ou por conta própria.

Desde que foi fundado em 1518, curandeiras foram proibidas pelo Royal College of Physicians de Londres de praticar a medicina. Isso incluía uroscopia (exames médicos da urina), mas algumas mulheres o faziam mesmo assim. No início do século 17, uma mulher conhecida como Mistress Phillips — possivelmente uma parteira — foi levada ao tribunal por usar a uroscopia para diagnosticar a gravidez.

Catherine Chaire, uma mulher que praticava medicina ilegalmente em Londres na década de 1590, tinha seu próprio método: ela afirmava que podia “diagnosticar a gravidez lavando roupas com água de rosas vermelhas e sabão”.

“A visita do médico”, de Jan Steen. Incluída nesta pintura do século 17 está a representação de um teste de gravidez duvidoso: uma fita mergulhada na urina da paciente e depois queimada — Foto: Jan Steen/Wikimedia Commons

Na Europa da Idade Média a aparência do líquido era valorizada, a maioria dos testes seguia um método não-científico de avaliar visualmente a urina. Como não existiam equipamentos como o microscópio, os especialistas da época tinham que recorrer aos cinco sentidos para fazer esse tipo de estudo. Esses especialistas ficaram conhecidos como “profetas do mijo”, homens e mulheres que teoricamente possuíam treinamento e capacidade para analisar a cor, o cheiro, a textura e outros aspectos desse material. Um dos testes utilizado por esses especialistas, incluíram a mistura de vinho com urina para observar os resultados, uma amostra era colhida e misturada a vinho ou a outras bebidas alcoólicas para ver se os fluidos produziam reações químicas. Como o álcool reage com certas proteínas do xixi, esses prognósticos podem ter tido uma taxa de sucesso moderado. Há registros do século 16 que descrevem colorações esverdeadas e esbranquiçadas da urina, interpretadas como indícios de uma provável gestação.

O foco na urina em muitos testes prefigura o que sabemos hoje. E variações baseadas no xixi foram repetidas na escrita médica até o século 17. Se a urina de uma mulher fosse mantida em um recipiente lacrado por alguns dias, “certas coisas vivas” seriam vistas nela, outra opção era ferver a urina — estrias brancas significavam que ela estava grávida. 

Pesquisas do século 20 provou que todos os testes históricos — envolvendo sementes ou agulhas — apontavam para algo muito mais confiável do que bebidas especiais, lavar roupas em água de rosas ou verificar os seios.

Foi apenas no fim do século 19 e início do 20 que começou-se a desvendar o caminho para detectar uma gravidez com mais precisão. Os médicos ainda utilizavam a observação da urina como principal método para descobrir precocemente a gravidez. Mas em vez observar mudanças na cor, eles se concentravam na presença de bactérias ou estruturas cristalinas visíveis apenas pelo microscópio. Embora o estudo do sistema reprodutivo estivesse mais adiantado, a descoberta dos hormônios ainda levaria muito tempo. Foi apenas na década de 1890 que os estudiosos começaram a falar sobre produtos químicos ou “secreções internas” de certos órgãos (ou seja, os hormônios). Em 1904, o cientista inglês Ernest Starling identificou substâncias liberadas por glândulas que foram chamadas por ele de hormônios. Nos anos seguintes, essa descoberta fundamental levaria a novos testes.

Por volta dos anos 1920, cientistas de vários laboratórios europeus descobriram um hormônio exclusivo da mulher grávida, o hormônio HCG (gonadotrofina coriônica humana), presente na placenta e, consequentemente, no xixi, começou a ser usado como uma forma de reconhecer a gravidez. Em 1928, dois alemães desenvolveram o teste AZ, que injetava a urina da mulher em uma ratazana para identificar a gravidez. Se a mulher estivesse grávida, o hormônio do seu xixi causariam uma reação de cio no animal (já que haveria um aumento do hormônio na ratazana). Pouco tempo depois, os ratos foram substituídos por coelhas. A urina era injetada nas veias da orelha do animal. Se o HCG estava presente, a coelha ovularia dentro de 48 horas. E isso podia ser usado como teste. O problema é que o único jeito de notar isso era matar e dissecar o animal. 

Por muitas décadas, anfíbios da espécie Xenopus foram importados da África para os EUA e serviram para fazer testes de gravidez. — Foto: GETTY IMAGES

Até os sapos entraram na história

Em 1930, o médico britânico Lancelot Hogben notou que o efeito também acontecia com anfíbios – como as fêmeas botavam ovos, isso podia ser facilmente verificado, e não era preciso sacrificar o animal. Hogben começou pelo sapo comum (gênero Bufo), se houvesse hormônio, o organismo do sapo liberava espermatozoides que, depois de três à doze horas, se acumulavam na cloaca. Então a presença de espermatozoides na urina do animal indicava gravidez da mulher. Mas ele descobriu que a rã-de-unhas africana, Xenopus laevis — era mais rápida. O animal botava ovos poucas horas depois de receber uma injeção de urina de uma grávida.

Até a década de 1950, era comum injetar a urina em sapos machos e fêmeas como teste de gravidez, mas era um teste caro, lento e que sacrificava um número grande de animais. Como as rãs são fáceis de criar, isso foi, usado como método de detecção de gravidez até a criação dos testes modernos. E tantas dessas rãs foram criadas, que elas se tornaram uma espécie invasiva em vários países, como os EUA, Reino Unido e Canadá. A partir da década de 1960, um novo trabalho com anticorpos levou ao teste de gravidez que conhecemos hoje.

A partir dos anos 1970, chegaram ao mercado do Canadá e dos Estados Unidos os primeiros testes de gravidez que podiam ser feitos em casa. A versão inicial, que foi desenvolvida pela publicitária americana Margaret Crane, parecia um kit de química: ela vinha com tubos de ensaio, diferentes frascos de produtos e exigia que a mulher seguisse uma série de etapas para garantir um resultado confiável. O teste era anunciado em páginas de revista como uma “revolução privada”, pela comodidade de poder descobrir ou descartar uma gravidez no conforto do lar, sem precisar do auxílio de um médico. O que não mudou foi o material utilizado — a urina.

Foi a descoberta da subunidade beta, em 1972, que fez com que os cientistas desenvolvessem um anticorpo específico e criassem um teste de gravidez preciso, capaz de determinar também os níveis do hormônio na urina. Os primeiros testes de farmácia, os EPTs da empresa americana Warner Chilcott, eram muito mais simples, mas ainda dependiam do tubo de ensaio para misturar a urina com soluções. Também era preciso esperar algumas horas pelo resultado, a taxa de precisão era questionável e os resultados falso-negativo eram bastante comuns. As melhorias feitas nas décadas de 1980 e 1990 deram origem à fita com os dois traços e aos resultados tão precisos quanto o exame de sangue. 

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A pintura clássica das unhas claras com as pontinhas brancas é a escolhida por milhares de mulheres, todos os dias, nos mais diversos salões. Mas será que quem adota a produção discreta e até mesmo ingênua das unhas sinhas, faz ideia de como surgiu esse estilo? O curioso é que a história da sinha não […]]]>
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A pintura clássica das unhas claras com as pontinhas brancas é a escolhida por milhares de mulheres, todos os dias, nos mais diversos salões. Mas será que quem adota a produção discreta e até mesmo ingênua das unhas sinhas, faz ideia de como surgiu esse estilo? O curioso é que a história da sinha não é muito glamourosa, não. Vamos ver?

As unhas sinhas te remetem a ideia de uma mão limpinha e clean? Pois é… não foi por isso que elas foram criadas, não.

A França no século XVIII, vinha ando por inúmeras dificuldades e uma pobreza absurda. A época marcada pelo Iluminismo, pregava a busca pelo prazer, mesmo com a pobreza que se alastrava pelo país.

Com isso, aumentaram o número de prostitutas e, como elas não tinham recursos, nem o hábito de tomar banhos frequentes, precisavam esconder a sujeira acumulada debaixo das unhas. As meretrizes sas aram então a pintar a ponta de suas unhas, este truque que servia como um modo de transmitir boa aparência, acabou se tornando uma forma também de identificar as prostitutas, distinguindo as damas das cortesãs.

Max Factor (Foto: Getty Images/ImaxTree/Reprodução/Divulgação) — Foto: Vogue

No início do século XX, mais especificamente em 1927, o empresário e esteticista de origem polonesa, Max Factor, é considerado o precursor da ideia de pintar apenas as pontinhas das unhas. Ele criou um creme para que fosse usado sobre as unhas, o kit Society Nail White, trazia um líquido branco para ar nas pontas. Mas, a denominação “sinha” só veio mais tarde, com o americano Jeff Pink.

Por volta de 1975, o maquiador americano Jeff Pink começou a fazer unhas rosadas ou em bege claro com as pontinhas brancas nas modelos em desfiles em Paris. Depois, ao voltar para os Estados Unidos, nomeou a técnica de “french manicure”, expressão traduzida para o português como “sinha”, técnica que ou a usar para embelezar as atrizes.  Mas isso aconteceu por conta de uma necessidade de Hollywood, devido a reclamações de diretores de cinema. 

Vivian Leigh (Foto: Getty Images/ImaxTree/Reprodução/Divulgação) — Foto: Vogue

Segundo eles, demorava muito tempo para fazer as unhas das atrizes, que mudavam conforme elas trocavam de figurino para gravar uma cena diferente. E não é que deu certo? Os estúdios agradeceram pela economia de dinheiro – e de tempo – com manicure nos sets de filmagens. 

Então, foi ai que o maquiador ofereceu o creme, como solução. E disse que a ideia do nome foi tirada da aplicação do creme nos desfiles de moda em Paris. Contudo, sabemos que a origem é baseada em prostitutas sas, que pintavam as pontas das unhas por conta da higiene ser muito baixa, estando sujas, assim escondia-se!

Orly lança kit sinha (Foto: Getty Images/ImaxTree/Reprodução/Divulgação) — Foto: Vogue

Apesar de esmalte branco não ser uma tendência da época, o americano viu uma oportunidade de negócio e começou a vender o kit com um esmalte rosado e um branco, que se chamava Natural Look Nail Kit (algo como “kit de unhas naturais”, em português), na sua marca de esmaltes e utensílios para unhas, a Orly. 

As sinhas se espalharam pelo mundo com a ajuda do maquiador e cabeleireiro Jeff Pink, e graças à evolução dos cuidados e higienização das unhas, as sinhas deixaram de ser um simples meio de esconder sujeira e tornaram-se referência mundial no quesito beleza e cuidado com as unhas.

Nos dias atuais a sinha é sinônimo de unhas limpas e chiques e possui outras diversas modalidades, a tendência já recebeu sua versão mais coloridinha: a Inglesinha. Nessas, você pode inovar e usar a combinação de cores que quiser. Já recebeu também a versão invertida: a Ruffian Nail. Essa virou tendência após a marca Ruffian usar em suas modelos durante seus desfiles.

E aí, gostou de conhecer essa história? Marque sua manicure e compartilhe-a em suas redes sociais, vai rolar até assunto no salão. Agradeço imensamente pela leitura até aqui, e semana que vem tem mais! Siga-me nas redes sociais: 

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Como o carnaval originou o lança 1v5h6 perfume /402103-2/ <![CDATA[Greice dos Santos]]> Sat, 10 Feb 2024 23:30:59 +0000 <![CDATA[Senta que lá vem história…]]> <![CDATA[#Curiosidade]]> <![CDATA[#entorpecente]]> <![CDATA[#História]]> <![CDATA[#Lança Perfume]]> <![CDATA[Carnaval]]> <![CDATA[coluna greice]]> <![CDATA[Greice dos Santos]]> <![CDATA[século xx]]> <![CDATA[Senta que lá vem história]]> /?p=402103 <![CDATA[
O carnaval se tornou uma das festas características brasileiras quando aterrissou em terras tupiniquins, sendo adaptado com muito brilho, música local e apreço popular, um dos mais notórios festejo ível em todo o Brasil. Comemorado em avenidas com grandes desfiles ou com eatas em bloquinhos regionais, o carnaval ganhou características próprias nacionalmente, o samba logo […]]]>
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O carnaval se tornou uma das festas características brasileiras quando aterrissou em terras tupiniquins, sendo adaptado com muito brilho, música local e apreço popular, um dos mais notórios festejo ível em todo o Brasil. Comemorado em avenidas com grandes desfiles ou com eatas em bloquinhos regionais, o carnaval ganhou características próprias nacionalmente, o samba logo venceu as demais musicas concorrentes, a cerveja ou a ser a companheira predileta dos foliões e, em especial, viu um entorpecente virar o símbolo carnavalesco. Esse entorpecente, de origem argentina, recebeu o nome de lança-perfume. 

Um dos símbolos dos carnavais do ado, o lança-perfume não se tornou inspiração para uma das mais célebres canções de Rita Lee por acaso: entre a diversão e a contravenção, a alegria e o perigo, o “lança” surgiu como um instrumento de folia e diversão para o carnaval carioca. Tecnicamente o produto possuía a função que o nome literalmente sugere: para que os foliões e folionas lançassem uns nos outros, como mera brincadeira, um líquido perfumado contido dentro de uma garrafa pressurizada. Antes de sua função alucinógena ser descoberta e se tornar popular nas festas como uma espécie de droga-símbolo da festa momesca, o lança-perfume era um brinquedo inocente, que começou a se popularizar no Rio – e do Rio para todo o Brasil – no início do século ado.

O produto foi criado pela empresa sa Rhodia no final do século XIX, e consistia em um solvente a base de cloreto de etila, éter, clorofórmio e diversas essências perfumadas que davam o odor peculiar a cada vidro. Os lanças eram vendidos em tubos de alta pressão, o que permitia que o perfume fosse borrifado – e também que fosse facilmente evaporado e inalado. Inicialmente as garrafas vinham para o Brasil importadas de sua matriz sa, até que no início do século XX aram a ser fabricadas na filial argentina da Rhodia. A droga com base em solvente inalante acabou tornando-se destaque nas comemorações, mas longe do status de droga barata. Chegou ao Brasil em 1906 e era uma droga cara, usada apenas pela elite carioca, o composto da receita Argentina alcançou popularidade nacional.

Não se sabe ao certo em que momento que era um mero e inocente atempo começou a ser utilizado como um alterador de consciência, mas não é difícil supor tal processo – que provavelmente se deu um tanto por acaso. Em pouco tempo o suposto brinquedo se faria presente, junto das serpentinas, dos confetes e das fantasias, como artefato fundamental dos festejos e bailes de carnaval por todo o Brasil. Era uma droga perfumada com odores agradáveis ao olfato humano para ganhar novos adeptos. Vem daí o nome brasileiro de “lança-perfume”. 

Com os salões lotados e os corações já acelerados de carnaval, o ar tomado pelo vapor dos lanças-perfumes aos poucos ia se transformando em euforia, adrenalina e alterações auditivas e visuais – conforme a substância era absorvida em nuvem pela mucosa pulmonar, e levada pela corrente sanguínea para todo o corpo. Para descobrir a origem daquela “onda”, somar um mais um e ar a inalar diretamente o jato fino que saia dos vidros há de ter sido questão de instantes – e pronto: os efeitos eram intensos e ageiros, e por isso era comum que se inalasse diversas vezes o lança ao longo da noite. Com isso, se enchiam cada vez mais os cofres da Rhodia a cada fevereiro.

Em meados dos anos 1920 o lança-perfume havia se tornado um símbolo do carnaval – e a maioria o utilizava como um desinibidor, um combustível social, uma droga propriamente. Com o mercado em franco crescimento, novas marcas começaram a aparecer – Geyser, Meu Coração, Pierrot, Colombina, Nice e mais. Para conter os constantes acidentes com os recipientes em vidro, em 1927 foi lançado o Rodouro, versão em embalagem exclusiva em frascos de alumínio dourado, uma cor típica do carnaval – nesse ano, segundo registros, o consumo de lança-perfume alcançou 40 toneladas.

Frasco metálico de lança-perfume, como era comercializado na primeira metade do século 20 / Crédito: Wikimedia Commons

Não demorou até que a Rhodia começasse a fabricar o produto no Brasil, sob o nome Rodo, e em Recife uma das maiores fabricas nacionais, a Indústria e Comércio Miranda Souza S.A., lançassem os sucessos Royal e Paris, que tomariam os bailes e festas de carnaval por todo o nordeste.

E como não poderia deixar de ser, eram as marchinhas de carnaval que divulgavam principalmente os lanças da Rodo. No final dos anos 1920, porém, a oposição começa se estabelecer contra os efeitos do lança-perfume, e na própria imprensa as denúncias já podiam ser lidas. Os relatos de vícios, acidentes graves ou mesmo mortes – algumas por enfarto, outras por desmaios seguidas de quedas de alturas ou mesmo janelas – não reduziam o sucesso dos lanças nos carnavais.

“Esclarecimento” publicado pela Rhodia em jornal de 1938

Efeito entorpecente foi proibido por Jânio Quadros

Em 18 de agosto de 1961, Jânio Quadros, na época presidente do país, instaurou um decreto para proibir, em instância máxima federal, a fabricação, distribuição e consumo do lança-perfume. Curiosamente a proibição se deu por sugestão do lendário apresentador Flávio Cavalcanti –  conservador e famoso por quebrar os discos de artista que não lhe agradassem em seu programa. Cavalcanti iniciou uma verdadeira campanha moralizadora contra o lança, e Jânio, não menos moralista e polêmico, – e que em seus pouco mais de 7 meses de governo legislou sobre o tamanho das roupas de banho, os trajes das misses e até sessões de hipnotismo – aceitou a sugestão, e decretou que estava proibida “a fabricação, o comércio e o uso do lança-perfume no território nacional”, através do Decreto n º 51.211, de 18 de agosto de 1961.

O apresentador Flávio Cavalcanti

Desde então, reconhecidos os efeitos da droga, sua comercialização, mesmo que sendo facilitada pela venda livre dos itens que o compõem, é proibida. Todavia, como sempre ocorre com tudo que é proibido, o lança-perfume vem sendo largamente usado em todas as festas nacionais, não apenas no carnaval, mas em outros pontos de festejo durante todo o ano, travestido com novo nome, ou a ser denominado “loló”. 

Como se sabe sobre qualquer droga, a proibição não é eficaz em inibir de fato seu uso, e o mesmo aconteceu com o lança – que saiu da linha de frente como símbolo do carnaval para se tornar um produto-fetiche, feito qualquer outra droga, utilizado escondido até hoje, ainda que evidentemente em menor quantidade.

Garrafa de lança-perfume da marca Rhodia, do início do século ado

Em 1967 a música “Cordão da Saideira”, de Edu Lobo, iria documentar o efeito não só da proibição do lança-perfume sobre o carnaval como metaforicamente da ditadura militar sobre a alegria do país. Em 1980, no entanto, o início do fim do regime também seria comemorado com um “Lança-perfume” – dessa vez de Rita Lee e Roberto de Carvalho, que se tornaria imenso sucesso no Brasil, por dois meses alcançaria o primeiro lugar na França e ainda chegaria ao Top 10 da Billboard, nos EUA, levando ao mundo o “cheiro de coisa maluca” e os brilhantes (e explícitos) versos dessa grande canção.

Apesar da lembrança romântica e do símbolo de uma época no carnaval, vale lembrar que o lança-perfume é hoje considerado uma droga, e que sua inalação acelera os batimentos cardíacos agudamente, e pode destruir células cerebrais e levar o usuário ao desmaio ou mesmo a uma parada cardíaca. Os efeitos imediatos, contudo, confundem os usuários, que podem até cogitar estarem acometidos por efeitos alucinógenos, mas, provoca intoxicação cerebral, prejudicando a capacidade motora, crítica e reflexiva. 

Foram no entanto quase 60 anos de farra, e é ai que cai por terra a tese de que nossos vovôs eram pessoas conservadoras. Mas não podemos esquecer que mesmo em qualquer época, e nem mesmo no carnaval vale tudo, é preciso ter prudência, e festejar com cautela, para que seja uma festa alegre, saudável e com segurança.

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Da união do gelo, açúcar, limão e cachaça surge a caipirinha, e essa mistura faz o maior sucesso no Brasil e no mundo. O drink ganhou variações com mais frutas e opções de outras bebidas como a russa vodka (caipiroska) e o japonês saquê (saquerinha). Mas o bom apreciador – aquele raiz – sempre vai […]]]>
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Da união do gelo, açúcar, limão e cachaça surge a caipirinha, e essa mistura faz o maior sucesso no Brasil e no mundo. O drink ganhou variações com mais frutas e opções de outras bebidas como a russa vodka (caipiroska) e o japonês saquê (saquerinha). Mas o bom apreciador – aquele raiz – sempre vai preferir a versão clássica, mesmo – feito com a cachaça e o limão. A cachaça é brasileira, e a bebida já tem o reconhecimento de países como os Estados Unidos e o México. Feita da destilação da garapa da cana-de-açúcar, é justamente ela que dá o tom de brasilidade desse drink. Mas, você sabe como surgiu esse drink que é um dos preferidos dos brasileiros?

A história da Caipirinha, não tem uma única e irrefutável versão. São diversos os caminhos que podem ter levado à criação do drink, cada um deles relacionados com momentos interessantes da história brasileira. Assim como muitos cocktails, existem diversas versões para o surgimento do nosso clássico nacional. Algumas apontam para o interior de São Paulo, e outras, para o estado do Rio de Janeiro. Um fato, porém, não pode ser ignorado: o Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC) reconhece que o drink surgiu oficialmente em 1918, durante a pandemia da Gripe Espanhola. Cocktails são expressões da cultura etílica de um povo através dos tempos, e com a caipirinha não foi diferente. Conheça as principais teorias do surgimento desde clássico. 

O limão usado no preparo do remédio caseiro era o tahiti, cultivado em São Paulo (Foto de Lars H Knudsen no Pexels)

Origem no interior paulista

Para o historiador Luís da Câmara Cascudo, a caipirinha foi criada em meados do século 19 por fazendeiros na região de Piracicaba (SP). A cidade ainda hoje é popular na produção de cana-de-açúcar. O limão era cultivado nas lavouras do estado para consumo das famílias e também para abastecer as pequenas cidades no início do século XX. A fruta já era utilizada para o tratamento de resfriados, devido à concentração de vitamina C, por aqueles que faziam caminho Rio de Janeiro – São Paulo, por conta das mudanças de temperatura. Com a chegada da Gripe Espanhola, a busca por remédios caseiros fez com que o consumo dessa bebida crescesse.

Os ‘caipiras‘, ou moradores do interior, faziam uma mistura que levava limão, alho, mel e também a cachaça, que servia apenas como um meio líquido para diluir o medicamento. Após o término da pandemia, os ‘caipiras‘ continuaram bebendo o drink que, com o ar dos anos, parou de ser servido com alho, mantendo somente o mel. Eventualmente, ele foi trocado pelo açúcar, mais barato e ível nos mercados. 

A elite do estado, em busca de uma bebida sofisticada para ser servida nos eventos sociais da época, criou o drink  com a cachaça que já era conhecida por muitos e produzida na região, assim era servido em festas de alto padrão, como alternativa ao uísque e ao vinho importados. Dessa origem de alta classe, a caipirinha logo ou para o gosto popular devido ao baixo preço de seus ingredientes, popularizando-se por todo o Estado e se tornando a bebida-símbolo de São Paulo. Décadas depois a bebida rompeu a barreira da elite e ganhou o pais. 

No início do século 20, na década de 1930, já era possível encontrá-la em outros Estados, especialmente no Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Engenho de Cana – Hercule Florence (1840)

Xarope vira caipirinha

A segunda versão da origem do drink mantém a história em São Paulo. Só que desta vez, não era um produto da elite, mas era uma variação de uma receita de xarope, popular no interior do estado no ano de 1918. A receita desse xarope levava limão, alho e mel, em diversos vezes, um pouco de cachaça. O remédio caseiro era para combater a gripe espanhola.

Num belo dia, alguém decidiu eliminar o alho e o mel e colocar umas colheres de açúcar para diminuir um pouco a acidez do limão. Nascia então a famosa Caipirinha. A versão é inclusive sustentada pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC). Para a entidade, a bebida se popularizou no resto do país através da Semana de Arte Moderna, de 1922, em São Paulo.

Caipirinha foi criada por latifundiários 

Esta versão também dá ao estado de São Paulo o título de criador do cocktail. Segundo o historiador Luiz Câmara Cascudo, a elite dos grandes donos de terras agrícolas do estado acabou criando o drink enquanto buscava uma bebida sofisticada que pudesse ser servida nos jantares e eventos sociais no século ado. A cachaça, já conhecida por muitos, era produzida com qualidade na região e foi a escolhida da vez.

A Caipirinha teria rompido a barreira da elite décadas depois, conforme os trabalhadores do campo viajavam para outras regiões em busca de oportunidades de trabalho nas lavouras. Assim, ganhou todo o país.

Já segundo outros historiadores, a caipirinha foi criada por fazendeiros latifundiários na região de Piracicaba como um drinque local para festas e eventos de alto padrão, sendo um reflexo da forte cultura canavieira na região. A caipirinha, em seus primeiros dias, era vista como um substituto local de boa qualidade ao uísque e ao vinho importados, sendo a bebida servida frequentemente em coquetéis da alta classe de fazendeiros, vendas de gado e eventos de grande notoriedade.

Nasceu em Santos (SP)

Alguns historiadores também acreditam pode surgido na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, devido ao fato de estar localizado ali o primeiro engenho de açúcar. Na região dos morros santistas ficava uma antiga destilaria de cachaça artesanal, que abastecia pequenos bares e comércios locais. 

Assim sustentam a hipótese do drink pode ter surgido durante o enfrentamento da Gripe Espanhola, permanecido nas sombras, e despontado como uma grande sensação apenas nos anos 50, em grandes restaurantes e hotéis da cidade.

A cidade de Paraty ficou muito conhecida por sua produção de cachaça (Foto:Vani Ribeiro/Wikipedia)

Surgiu através dos marinheiros com escorbuto em Paraty (RJ)

Outra versão, credita na origem do drink a marinheiros que avam na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro. A cachaça de boa qualidade produzida na região era levada para dentro dos barcos e navios a fim de ser consumida pela tripulação. Como avam muitos dias no mar e nem sempre podiam levar consigo vitaminas e alimentos frescos, eles adicionavam o limão a doses de cachaça para evitar o escorbuto, uma fraqueza da gengiva por falta de vitamina C, doença muito comum entre os marinheiros. No entanto, tal tese não é defendida por acadêmicos ou historiadores. 

E no nome, caipirinha?

O nome caipirinha é uma alusão à expressão “caipira”, utilizada para se referir às pessoas nascidas no interior. Há quem afirme que o nome “caipirinha” foi uma homenagem à pintora Tarsila do Amaral, natural do interior de São Paulo. Segundo essa versão, a pintora servia a bebida a pessoas que frequentavam sua casa em Paris, antes da Semana de Arte Moderna de 1922. O filme “O Xangô de Baker Street”, de 2001, de Miguel Faria Jr. e baseado na obra de Jô Soares, trouxe sua versão também. Confira no vídeo abaixo:

Cena do filme “O Xangô de Baker Street”. Filme fez uma sátira sobre a invenção da caipirinha

Inventada por um detetive?
Que história é essa? Calma, dessa vez é pura ficção! No livro O Xangô de Baker Street, de Jô Soares, Sherlock Holmes e Watson vêm ao Brasil para investigar o sumiço do valioso violino Stradivarius, que foi um presente do imperador D. Pedro II à baronesa Maria Luíza.

Andando pelas ruas do país, quente e úmido, Sherlock sente-se mal e vai até uma espécie de boteco para pedir uma bebida que o ajudasse a recuperar-se da hipoglicemia. A cachaça, então, é oferecida a ele como um ‘bom remédio matutino’. Porém, Watson sente o aroma e o julga muito forte. Ele sugere, então, adicionar um pouco de suco de laranja ou limão, que ajudam no combate do escorbuto. Depois, sugere colocar um pouco de gelo e açúcar para aliviar a sensação de calor do álcool. Ele coloca tudo em um copo, amassa os limões, agita rapidamente e experimenta. Os funcionários do estabelecimento observam estarrecidos, sem entender o que os homens estavam preparando. E um deles pergunta qual foi o caipira que criou aquela bebida e o segundo responde ‘o caipirinha’, se referindo a Watson, mais baixo do que Sherlock. O elemento cômico está na adição de gelo à Caipirinha, uma vez que não existiam congeladores na época.

Você imaginava que era um remédio?! Podemos dizer que hoje também é utilizada como remédio, só que para o “desânimo” não é?! Desde então, essa bebida feita com um “Tesouro Nacional”, como é considerada a cachaça, foi sendo difundida pelo Brasil e ganhou o mundo todo.

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Entrou no catálogo da Apple TV+ o novo filme “Napoleão”, que retrata a vida do imperador dos ses Napoleão Bonaparte (1769-1821). O líder militar é interpretado pelo ator que deu vida ao “Coringa”, Joaquin Phoenix, um filme com 2 horas e 38 minutos fala sobre a jornada do estadista, suas origens e sua rápida ascensão […]]]>
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Entrou no catálogo da Apple TV+ o novo filme “Napoleão”, que retrata a vida do imperador dos ses Napoleão Bonaparte (1769-1821). O líder militar é interpretado pelo ator que deu vida ao “Coringa”, Joaquin Phoenix, um filme com 2 horas e 38 minutos fala sobre a jornada do estadista, suas origens e sua rápida ascensão ao trono. E quem disse que não existe romance em meio aos filmes de guerra? Em “Napoleão”, o relacionamento do imperador com sua esposa, Josephine, tomará conta de muitas cenas e se torna também peça central da trama. 

Joaquin Phoenix em cartaz do filme Napoleão (Divulgação/Sony Pictures)

Mas o que me fez pegar esse gancho do filme para trazer a curiosidade da coluna de hoje são as batalhas que o líder enfrentou, aliás, o embate da derrota virou expressão popular. Por que afinal se fala na posição em que Napoleão perdeu a guerra?

E saiba que a essa expressão que persegue o general e imperador Napoleão Bonaparte só existe em português. Essa expressão que é normalmente usada quando uma pessoa está de quatro ou em posição genupeitoral – ajoelhado com a cara no chão, ou simplesmente de quatro -, é atribuída à possível posição em que o general francês Napoleão Bonaparte se encontrava num momento de derrota. O fato é que não há comprovação histórica de que isso realmente tenha ocorrido.

Existe algumas possíveis explicações para sua origem. Uma delas seria que Napoleão teria se abaixado durante a Batalha de Waterloo, onde a derrota em 1815, marcaria o fim do Império Francês. Segundo historiadores, o imperador teria tentando apanhar algum objeto seu que caiu no chão e no momento, ter sido se exposto ao fogo inimigo.

Outra versão que é dada por várias pessoas, afirma que Napoleão estava sofrendo de uma suposta crise de hemorróidas, onde ele teria ado horas de quatro, sem conseguir andar a cavalo. Esse motivo, teria feito com que ele não tivesse tempo o suficiente para elaborar devidamente uma estratégia para o embate.

Alguns outros pesquisadores cogitaram a possibilidade da expressão ter se originado quando Napoleão e seus soldados, enquanto voltavam exaustos e derrotados das geleiras russas. Durante o percurso, eles caíam em um ângulo de 90 graus, sendo o início da derrota do general — a campanha da Rússia, em 1812, é considerada o início da derrota do general.

O que se pode afirmar é que não importa qual a explicação dada para a expressão e nem quando surgiu, por que ela não possui confirmação de existência. Essa expressão não é encontrada em outras línguas, “Em inglês, alemão ou francês não existe menção ao fato”, afirmou David Bell – especialista em Napoleão da Universidade Johns Hopkins.

O terrível inverno russo em pintura – Wikimedia Commons

Por duas vezes, general francês hesitou em atacar e acabou derrotado em confronto decisivo

A derrota que sepultou sua carreira de conquistador de territórios ocorreu na Batalha de Waterloo, travada em 18 de junho de 1815 nas imediações da cidade de Waterloo, na Bélgica. O episódio foi o ponto final em mais de dez anos de conflitos constantes de Napoleão com as principais potências do Ocidente na época, como Grã-Bretanha e Prússia (parte da atual Alemanha).

As intenções expansionistas do general proclamado imperador da França já haviam sofrido um forte revés em 1812, quando o Exército francês foi obrigado a retirar-se da Rússia depois de perder mais de 500 mil homens. O desastre deu ânimo para que os povos europeus dominados por Napoleão Bonaparte atacassem a França e forçassem a abdicação do imperador, que em 1814 foi preso e enviado para o exílio na Ilha de Elba, na costa da Itália.

Representação de Napoleão Bonaparte – Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

Em março de 1815, porém, Napoleão fugiu de Elba e retornou à França, onde foi aclamado pela população e recuperou o poder, conseguindo reunir cerca de 124 mil homens para formar um novo exército. Alarmadas, as potências que o haviam derrotado uniram-se novamente e começaram a concentrar tropas perto das fronteiras sas.

Decidido a enfrentar seus inimigos, Napoleão marchou para a Bélgica, onde chegou a vencer tropas prussianas dois dias antes de sofrer a derrota final em Waterloo, que encerrou seu novo reinado, conhecido como “Governo dos Cem dias”.

Joaquin Phoenix vive Napoleão Bonaparte em filme – SONY

Ele não foi capturado ao final da batalha, mas em Paris o Parlamento forçou sua abdicação, ocorrida em 22 de junho de 1815. Enviaram-no para a distante ilha de Santa Helena, a quase 2 mil quilômetros do litoral sudoeste da África. Ali, Napoleão morreu em 5 de maio de 1821, aos 51 anos de idade, de causas controversas – há quem diga que o motivo da morte foi um câncer no estômago, mas existem suspeitas de que o mais famoso general francês tenha sido envenenado.

Seja qual for a explicação dada para a expressão na época em que surgiu, provavelmente foi inventada como uma vingança sarcástica. Napoleão era um grande inimigo de Portugal — e, portanto, do Brasil. A coroa portuguesa veio parar aqui no Brasil fugida dele. Inventar uma história humilhante como essas, tem a ver com o espírito com que a notícia de sua derrota final deve ter sido recebida por portugueses e brasileiros.

Espero que tenha gostado de conhecer a origem dessa expressão. Agradeço imensamente pela leitura até aqui, e semana que vem tem mais! Siga-me nas redes sociais: 

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