COLUNA – SAIONARA UGIONI | Quer um conselho? Não empreenda!
Se você espera um daqueles discursos motivacionais sobre empreendedorismo, talvez esse não seja o texto para você. Porque, apesar de eu amar empreender, sei que essa jornada não é para todo mundo. Então, aqui vai um conselho pouco convencional: se puder, não empreenda!
Sério. Esqueça a ideia romântica de ser seu próprio chefe, fazer horários flexíveis e conquistar a liberdade financeira em poucos anos. Empreender não é glamour. É caos. É acordar no meio da noite pensando na folha de pagamento, é resolver problema atrás de problema, é se sentir perdido enquanto todo mundo espera que você tenha todas as respostas.
Mas, por outro lado, é também sobre construir algo do zero, gerar impacto, criar soluções que realmente fazem a diferença na vida das pessoas. E isso não tem preço.
Se empreender não for uma necessidade visceral, uma paixão incontrolável, pense duas vezes. Três vezes, aliás! Porque esse caminho não é só desafiador, ele vai testar seus limites emocionais, financeiros e mentais. Então, se existe outro caminho que te faz feliz, siga por ele.
A montanha-russa emocional
Empreender é um eterno sobe e desce. Em um dia, você fecha um contrato incrível e sente que sua empresa vai dominar o mercado. No outro, um cliente cancela, um fornecedor atrasa, e você começa a duvidar se fez a escolha certa.
Essa incerteza é parte do jogo. Por isso, resiliência emocional não é um diferencial, é necessidade básica. Se você não aprende a lidar com altos e baixos, vai ser esmagado pela pressão. Mas também vai aprender a celebrar as pequenas vitórias, porque cada conquista tem um sabor especial quando você constrói algo com as próprias mãos.
O erro de subestimar as pessoas
No início, muita gente pensa que contratar é apenas juntar um monte de gente para trabalhar com você. Mas esquece que o que realmente define o sucesso de um negócio são as pessoas. A escolha errada pode custar caro, tanto financeiramente quanto culturalmente.
Contratar bem não é só fazer uma entrevista e confiar no feeling. É checar referências, entender o encaixe com a cultura da empresa e investir em um processo sério de seleção. Se você errar aqui, vai pagar o preço lá na frente. Mas, quando acerta, o time certo transforma o negócio e torna a jornada muito mais leve e prazerosa.
Aprendizado constante ou falha garantida
Se você acha que sabe tudo e não precisa mais aprender, meu amigo, você já está no caminho do fracasso. O mundo muda, as tecnologias evoluem, e o que funcionava ontem provavelmente não vai mais servir amanhã.
Empreender significa aprender o tempo todo. Seja com os erros, com o mercado ou com outros empreendedores. Não existe zona de conforto aqui. Mas também é isso que faz a jornada tão fascinante: a cada dia, um novo desafio, um novo aprendizado, uma nova oportunidade.
O preço e a recompensa
Ser resiliente não significa apenas aguentar a pressão – significa se reinventar quando tudo dá errado. E, acredite, em algum momento tudo vai dar errado. O planejamento perfeito vai desmoronar, a estratégia genial não vai funcionar, e aquele cliente promissor pode simplesmente desaparecer.
É nessas horas que muitos desistem. Mas quem continua aprende que empreender é um jogo de resistência, não de velocidade. Vence quem aguenta mais tempo em pé, quem ajusta a rota, quem transforma cada tombo em aprendizado.
E, no meio disso tudo, vem a parte mais incrível: ver algo que você construiu impactando pessoas, gerando empregos, criando valor para o mercado. Essa é a recompensa que faz tudo valer a pena.
Mas se você ainda quiser empreender…
Depois de tudo isso, se você ainda sente que não tem outro caminho, bem-vindo ao clube! Empreender é intenso, desafiador e, para quem tem essa chama, absolutamente viciante.
Muitas vezes dá vontade de jogar tudo pro alto, confesso. Mas quer saber por que eu continuo nessa vida? Porque, apesar de tudo, empreender me realiza. Mesmo nos dias difíceis, não me imagino fazendo outra coisa. Construir, inovar, impactar… isso me move.
Cada obstáculo superado, cada solução encontrada e cada conquista fazem tudo valer a pena. Então, entre para esse jogo sabendo que não é fácil, mas que pode ser incrível. E se precisar trocar ideias ou de um empurrãozinho, estou por aqui!
Saionara Ugioni
a com mais de 14 anos de experiência em projetos de tecnologia, com foco na implementação de projetos inovadores para impulsionar negócios. Atualmente, é CEO da Innova Corporate, holding que engloba as empresas InnSpire e InnCash, voltadas ao desenvolvimento de software. Além disso, atua como Diretora do Polo Regional da ACATE – Cetus e Diretora da ACIC, contribuindo ativamente para o fortalecimento do ecossistema de empreendedorismo e inovação no Sul de Santa Catarina.
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