Não espere os dentes de leite caírem para iniciar o tratamento ortodôntico

Durante muito tempo, ouvimos que o ideal era esperar todos os dentes permanentes nascerem antes de procurar um ortodontista. Essa ideia, apesar de bastante difundida, já não corresponde à realidade atual da odontologia — principalmente quando falamos de crianças. 

 

O primeiro ponto que precisamos compreender é que, na infância, o tratamento ortodôntico não tem como principal objetivo o alinhamento dos dentes. Na verdade, o foco está na correção das bases ósseas — ou seja, na forma como os ossos da face da criança estão se desenvolvendo. 

 

Essas alterações podem gerar repercussões ósseas negativas, que afetam o crescimento da face de forma assimétrica ou desproporcional. E mais: essas alterações muitas vezes estão associadas a distúrbios que envolvem a fala, a respiração e a mastigação. Um céu da boca muito estreito, por exemplo, pode dificultar a agem do ar pelo nariz, levando a problemas respiratórios. Uma mordida aberta pode afetar a pronúncia das palavras e o posicionamento da língua. E assim por diante. 

 

Outro dado importante é que cerca de 80% da estrutura facial de uma criança já está formada aos 6 anos de idade. Isso significa que esperar “ver como vai evoluir” pode ser arriscado. Alterações ósseas com impacto negativo não tendem a melhorar com o tempo — na verdade, elas tendem a se acentuar ao longo dos anos, tornando os tratamentos futuros mais longos, mais complexos e até mais invasivos. 

 

Na infância, os ossos ainda possuem todas as suas suturas abertas, ou seja, estão em plena fase de crescimento e adaptação. Esse é o momento ideal para intervir, pois os ossos são mais maleáveis e responsivos. Quando a criança atinge o pico de crescimento, essas suturas vão se fechando, tornando qualquer correção muito mais difícil. Em alguns casos, quando a intervenção é deixada para mais tarde, pode ser necessário até considerar cirurgias corretivas na adolescência ou idade adulta. 

 

Além disso, o tratamento ortodôntico na infância tende a ser mais rápido e eficiente. Quando conduzido por um profissional especializado em ortodontia preventiva e interceptora, é possível guiar o crescimento de forma equilibrada, corrigir hábitos inadequados, criar espaço para os dentes permanentes nascerem no lugar certo e, muitas vezes, evitar tratamento ortodônticos mais complexos. 

 

Portanto, a avaliação precoce não significa que toda criança precisará usar aparelho, mas sim que ela será acompanhada no momento certo. Isso permite que as intervenções — se forem necessárias — sejam feitas de forma leve, estratégica e no tempo ideal. 

 

Nós acreditamos que o cuidado começa cedo. Nosso espaço foi criado para acolher as famílias, informar com empatia e oferecer o que há de mais moderno e respeitoso no cuidado com a saúde bucal infantil. Aqui, cada criança é vista de forma única, com atenção à sua história, ao seu desenvolvimento e às suas necessidades. E, claro, com muito carinho e dedicação para que ela cresça com saúde, confiança e um sorriso cheio de possibilidades.  

 

A Tootti odontopediatria é um sonho de duas amigas odontopediatras e apaixonadas pelo que fazem: Tia Letícia e a Tia Camila. Queremos, neste espaço, compartilhar informações e experiências que ajudem o dia a dia das famílias. 

 

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