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Profissional da Unesc alerta sobre sinais de atraso no desenvolvimento da fala em crianças

Pais ou responsáveis devem procurar um especialista para fazer avaliação mais aprofundada

O atraso na fala em crianças pode ser sinal de que o desenvolvimento da linguagem não está ocorrendo da forma esperada para a faixa etária. Identificar sinais precoces pode ajudar a buscar a orientação de profissionais, como pediatras e fonoaudiólogos, para avaliar a situação.

“É comum os pais compararem seus filhos com outras crianças. Por isso é necessário cautela para que isso não se torne algo ruim durante o crescimento da criança. No entanto, se os pais ou responsáveis estão com alguma dúvida ou receio sobre a fala, a minha indicação é procurar um especialista para que seja feita uma avaliação”, orienta a fonoaudióloga, Suelen Capelari. “Aos dois anos, a criança tem que estar com um vocabulário de mais ou menos 200 palavras. Tanto no que diz respeito à compreensão quanto à expressão. A gente não espera, nessa idade, que ela faça um discurso bonitão, sem nenhuma troca, mas que tenha esse vocabulário maior. Então, até os quatro anos, espera-se que essa criança esteja falando todos os sons da língua nativa”, acrescenta.

Ainda de acordo com Suelen, quando o assunto é atraso de fala, é importante prestar atenção, também, se há alguma questão auditiva relacionada. “Se a criança tem muita otite de repetição, que é aquela inflamação do ouvido, isso pode acarretar alterações com relação à fala. Por isso, logo nos primeiros dias de vida da criança é primordial que os pais levem a criança para fazer o teste da orelhinha”, explica.

Outra questão a ser observada é quando a criança tem a língua presa, já que isso pode gerar alguns distúrbios no som da fala ou na distorção do som das palavras. “Quando a criança fala muito alto também pode ser alguma questão de fala. Por isso é tão importante ter um diagnóstico preciso para direcionar o trabalho da melhor forma possível. Às vezes será somente com a fala, mas às vezes é um quadro maior relacionado à linguagem e ao desenvolvimento dessa criança”, exemplifica a profissional.

Melhores estímulos

Além das brincadeiras lúdicas, as atividades cotidianas podem ser importantes ferramentas no estímulo da fala e na compreensão de mundo para a criança. “Tudo o que tem no dia a dia, se torna estímulo de linguagem e os pais não precisam esperar só pela escola para isso. Uma ida ao mercado, por exemplo, peça a ajuda do seu filho. Pergunte: ‘vamos comprar quantas maçãs?’, depois vá contando cada maçã que está colocando na sacola. Mas não espere que a criança vá repetir de imediato. Ela vai aprendendo com as repetições. Então vá fazendo esses estímulos no máximo de atividades que conseguir ao longo do dia”, orienta a profissional.

Segundo Suelen, uma vilã nos dias atuais para o desenvolvimento da fala, é o uso de telas. “De maneira geral, isso atrasa muito o desenvolvimento da linguagem da criança. Tanto na questão da compreensão quanto na questão da expressão, a criança tem a intenção de se comunicar. É muito comum as pessoas dizerem que a criança é esperta porque sabe escolher o vídeo ou pular o anúncio, mas com relação ao desenvolvimento da linguagem, isso traz um grande atraso”, alerta a fonoaudióloga.

A importância de um bom tratamento

Com uma equipe multidisciplinar, o Centro Especializado em Reabilitação (CER II) da Unesc oferece assistência integral à pessoa com deficiência, seja física ou intelectual, tudo de forma gratuita. A equipe é composta por assistentes sociais, profissionais de enfermagem, farmacêuticos, fisioterapeutas, médicos especialistas em neurologia e ortopedia, odontologistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. Profissionais capacitados, trabalhando para fornecer cuidados abrangentes e de alta qualidade, com o objetivo de promover a independência e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Suelen é uma das fonoaudiólogas do CER II Unesc e conta a importância do trabalho multidisciplinar para garantir o melhor diagnóstico e tratamento para quem tem alguma dificuldade de fala. “Basicamente a atuação multi é uma área agregando a outra. Muitas vezes a gente consegue fazer a estimulação com os dois profissionais dentro da sala. Cada um estimula o que precisa dentro daquela atividade que foi proposta para a criança. Isso é bastante rico para a criança. Notamos um ganho significativo quando o atendimento é feito dessa forma, pois conseguimos identificar a estimular diferentes fatores”, garante.

Se perceber algum sinal de alerta no filho, é importante consultar um profissional, como pediatra ou fonoaudiólogo. Eles podem avaliar o desenvolvimento da fala e linguagem e, se necessário, sugerir intervenções precoces para apoiar o desenvolvimento da comunicação. Quanto mais cedo o problema for identificado, mais eficaz podem ser as estratégias de intervenção. E para saber mais sobre o trabalho realizado no CER II Unesc e como você pode ser atendido, e este link.

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