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Santa Catarina bate recorde histórico na produtividade do milho

Mesmo com queda de 13% na área plantada, o estado registrou um aumento de mais de 23% na produção.

A safra de milho verão 2024/2025 em Santa Catarina entrou para a história como a mais produtiva já registrada no estado. De acordo com o Boletim Agropecuário de abril da Epagri/Cepa, a produtividade média saltou mais de 40% e atingiu 9.717 quilos por hectare. O número surpreende ainda mais considerando que a área plantada teve uma queda de 13% em relação ao ciclo anterior. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (16), pelo Observatório Agro Catarinense e o Infoagro.

 

Segundo Haroldo Tavares Elias, analista da Epagri/Cepa, os excelentes resultados são consequência do uso intensificado de tecnologias, de um manejo mais qualificado e da menor presença da cigarrinha-do-milho, que vinha sendo um dos grandes desafios nas lavouras. Além disso, o clima colaborou, com boa distribuição de chuvas e noites mais frescas, favorecendo o desenvolvimento das plantas.

 

Clima e tecnologia garantiram alta produtividade

 

O desempenho histórico é reflexo direto de fatores como o uso de novas tecnologias no campo, assistência técnica qualificada e, principalmente, o clima favorável. As temperaturas mais amenas durante a noite e a distribuição equilibrada das chuvas foram determinantes para que a fisiologia das plantas atingisse seu potencial máximo, segundo o levantamento da Epagri/Cepa.

 

Haroldo também ressaltou que o controle da cigarrinha-do-milho nesta safra foi um diferencial, pois essa praga tem sido uma das mais prejudiciais à produção nos últimos anos. A menor incidência contribuiu diretamente para a alta produtividade.

 

Preço do milho atinge o maior valor em dois anos

 

Com a produtividade em alta, o preço do milho também apresentou uma valorização expressiva no primeiro trimestre de 2025. Em março, a saca foi vendida a R$ 71,15, um aumento de 2,74% em relação a fevereiro, atingindo o maior valor em dois anos. Já no começo de abril, os preços começaram a cair devido à melhora no clima, que favorece a segunda safra em outras regiões do país.

 

Apesar do recuo inicial, a combinação de produtividade elevada com preços ainda considerados atrativos pode estimular os produtores a retomarem parte da área de cultivo que havia sido substituída pela soja em anos anteriores.

 

Santa Catarina se aproxima do padrão norte-americano

 

Os números de Santa Catarina colocam o estado no topo da produtividade nacional, ao lado do Paraná, com médias próximas a 10 toneladas por hectare. O desempenho se aproxima dos níveis dos Estados Unidos, considerados referência mundial no cultivo de milho.

 

Ainda assim, o mercado segue em alerta com estoques internos baixos, incertezas sobre a segunda safra e oscilações no mercado internacional. Esses fatores devem manter os preços voláteis nos próximos meses.

 

Outras culturas também apresentam bom desempenho

 

Soja

 

A área plantada aumentou 2,2% e a produção deve crescer 18,35%, com produtividade média de 3.993 kg/ha. Na região de Canoinhas e Mafra, alguns produtores superaram 5 toneladas por hectare. Mesmo com chuvas irregulares em janeiro e fevereiro, a produtividade é a maior da série histórica acompanhada pela Epagri/Cepa.

 

Arroz

 

O preço caiu 25% em relação a 2024, reflexo de uma safra mais produtiva e do uso intensivo de tecnologias. A produtividade foi recorde: 8,73 toneladas por hectare.

 

Feijão

 

O feijão-carioca teve alta de preço de 18,8% por conta da oferta reduzida de produto de qualidade. Já o feijão-preto teve queda de 0,18%, com abundância de oferta. A produção da primeira safra cresceu 48,8%, mas a segunda safra deve ter queda de quase 10% devido à estiagem.

 

Maçã

 

Os preços oscilaram em várias regiões do estado, com destaque para a queda nas cotações da maçã Gala e Fuji em regiões como Fraiburgo e São Joaquim. A tendência para abril é de desvalorização com o aumento da oferta da Fuji.

 

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